segunda-feira, 1 de abril de 2024

Especial do Mês

 


Em homenagem ao mês do nascimento do saudoso honorário médium mineiro Chico Xavier (02/04/1910 – 30/06/2002), o “Manancial de Luz” traz nesse mês o especial “Palavras de Chico” com postagens de frases extraídas de suas mensagens que são grandes ensinamentos deixados durante a sua enobrecedora caminhada junto a doutrina espírita.

 

sábado, 30 de março de 2024

O que o Chico diria

 


Adailton Moura*

Diante do mal do mundo, o Chico diria: “Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente. Recorda que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhe são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas.”

Diante de alguém ainda avesso ao bem O Chico diria:

“Nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.”

Diante da maledicência do homem, o Chico diria:

“Fuja à maledicência. O lodo agitado atinge a quem o revolve.”

Diante do ódio eminente, o Chico diria:

“Precisamos desalojar o ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia de nós mesmos, para que possamos chegar a uma solução em matéria de paz, de modo a sentirmos que os tempos são chegados para a felicidade humana.”

Diante da violência que campeia por todos os cantos, o Chico diria:

“Esperemos que o amor se propague no mundo com mais força que a violência e a violência desaparecerá, à maneira da treva quando a luz se lhe sobrepõe. Consideremos, porém, que essa obra, naturalmente, não prescindirá da autoridade humana, mas na essência e na prática exige a cooperação de nós todos.”

Diante da vontade de ser igual a todos, o Chico diria:

“Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.”

Diante do erro que cometemos a séculos e séculos em nossas vidas, o Chico diria:

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”

Diante da possibilidade de ofender a alguém com palavras, atos e pensamentos, o Chico diria:

“Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor.”

Diante da necessidade de julgarmos o comportamento alheio, o Chico diria:

“Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem.”

Diante da nossa dificuldade em amar ao próximo, o Chico diria:

“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”

Diante da nossa dificuldade em aprender as lições da vida, o Chico diria:

“Três verbos existem que, bem conjugados, serão lâmpadas luminosas em nosso caminho: aprender, servir e cooperar.”

Diante da suprema necessidade de colocar os nossos interesses acima do dos ouros, o Chico diria:

“Que o Senhor nos ajude, pois, em nossas necessidades, a seguir sempre três abençoadas regras de salvação: corrigir em nós o que nos desagrada em outras pessoas, Amparar-nos mutuamente, amar-nos uns aos outros.”

Tudo isso, o Chico diria. O que passa além disso, são quimeras.

No mais, como o Chico, sigamos o Cristo.

*Palestrante espírita, presidente do CENOL – Centro Espírita Nosso Lar – Gama/DF.


quinta-feira, 28 de março de 2024

Atenção à palavra

 


Por Jane Martins Vilela

Parodiando Casimiro de Abreu: “Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!”, pensamos, ao recordar o passado: “Oh! que saudades que eu tenho da época em que Jerônimo Mendonça, o Gigante Deitado*, estava encarnado!”

Líamos para ele diariamente, das 13 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, em Ituiutaba, Minas Gerais, nas nossas férias. Ele costumava dizer que nossas férias eram as dele, e ler para ele era um grande prazer de nossa parte. No momento em que fomos apresentada a ele, cego, paralisado no leito, admiramos sua postura mental, de fortaleza e bom ânimo. Ele pediu-nos que lêssemos para ele, ao que aquiescemos com gentileza. Seria uma oportunidade de servir. Mal sabíamos que estávamos tendo uma divina oportunidade de aprendizado. Durante 5 horas líamos e conversávamos. A leitura era interrompida inúmeras vezes por pessoas necessitadas que viam nele uma possibilidade de socorro, um alento, uma palavra amiga. Ora filas na porta de sua casa, ora telefonemas, quando segurávamos para ele o telefone. Ele, paralítico, cego, com dores atrozes, era o bálsamo e a consolação para os aflitos. Admirávamos sua inteligência, sua memória, seu conhecimento espírita. Nenhuma palavra destrutiva em momento algum, nenhum conselho fora de Jesus e Kardec. Horas depois, saindo dali, parecia que nosso corpo estava leve, dado o alto teor das conversações que presenciávamos, assuntos que engrandeciam o conhecimento, nenhum momento fútil, nenhum tempo perdido.

Hoje estamos presenciando muitas notícias desagradáveis derramadas em nossos lares pela mídia. As pessoas se encontram e, em poucos momentos, já se estabelecem comentários sobre aquilo que chocou, seja na política, seja na sociedade, de modo que o mal parece banalizar-se.

Vemos o desânimo atingindo a muitos.

Precisamos lembrar-nos da necessidade da vigilância de nossos pensamentos, de nossas palavras. Necessitamos, sim, estar bem informados, mas não inconformados e também não conformistas. Trabalhadores do bem e da paz, sejamos arautos da esperança nos gestos e nas palavras, sabedores do que se passa no mundo, mas não propagadores do mal.

André Luiz pela psicografia de Chico Xavier relata que toda vez que alguém comenta o mal, inconscientemente está arrasando o bem.

No livro “Obreiros da Vida Eterna”, também psicografado por Chico Xavier, André Luiz nos envia as orientações do instrutor Cornélio, no Santuário das Bênçãos:

- É lamentável se dê tão escassa atenção, na crosta da Terra, ao poder do verbo, atualmente tão desmoralizado entre os homens... Não se precatam nossos irmãos de humanidade de que o verbo está criando imagens vivas que se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, segundo a sua origem. Essas formas naturalmente vivem e proliferam e, considerando-se a inferioridade dos desejos e aspirações das criaturas humanas, semelhantes criações temporárias não se destinam senão a serviços destruidores, através de atritos formidáveis, se bem que invisíveis.

Toda conversação prepara acontecimentos de conformidade com a sua natureza. Dentro das leis vibratórias que nos circundam por todos os lados, é uma força indireta de estranho e vigoroso poder, induzindo sempre aos objetivos velados de quem lhe assume a direção intencional...

Jesus nos alertou muito sobre a palavra. Referia que não era aquilo que entrava pela boca do homem que o matava, mas sim o que saía dela, pois a palavra revelava o que estava em seu coração.

Façamos o esforço de eliminar o hábito infeliz de “falar mal”, de “fazer fofoca”, de comentar o mal. Que esse esforço seja dobrado no que se refere à política. Evitemos bombardear nossos governantes com dardos energéticos negativos. A desesperança está grande. Sejamos aquele que ora, que age no bem, fazendo a nossa parte para a edificação de um mundo melhor.

Lembramos como era agradável a presença de Jerônimo Mendonça, com seu verbo edificante.

Nessa hora difícil que vemos, vamos manter a esperança, e que seja a nossa palavra revestida pelo conhecimento espírita, enaltecendo a fé num futuro melhor, a certeza de que os males irão passar.

Mantenhamo-nos firmes no bem. Não esmoreçamos. Tenhamos fortaleza e ânimo elevado. Sejamos os trabalhadores anônimos, mas constantes do Cristo, que tanto nos ama e continua aguardando o despertar do nosso amor.

*Jerônimo Mendonça Ribeiro (Ituiutaba - MG, 1 de novembro de 1939 – 26 de novembro de 1989) foi um grande trabalhador, palestrante e escritor espírita, que juntamente com Chico Xavier, seu amigo, trabalhou pelas causas sociais e pela divulgação da doutrina espírita. Jerônimo Mendonça, mesmo paralisado em uma cama ortopédica e cego trabalhava arduamente pelo ideal espírita e, por isso, ficou conhecido como O Gigante Deitado.

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