sábado, 29 de junho de 2013

Imagem e Mensagem

Quando Falar – Momento Espírita


Uma mensagem que reflexiona sobre a palavra como forma de expressão do nosso mundo íntimo.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um Caso de Vidas Passadas

Um Caso Interessante de Lembranças de Vidas Passadas


Por José Carlos Leal

Ruth Montgomery é uma conhecida escritora americana que se ocupa em divulgar assuntos espiritualistas em seus livros (a maioria publicada no Brasil pela Record) e nos conta um interessante fenômeno de déjà-vu, acontecida com ela própria no Egito moderno.

Conta ela que, em 1952, estava no Egito para fazer uma reportagem sobre o Oriente Médio. Assim que ela chegou foi muito bem recebida pelo Ministério do Exterior egípcio, que colocou um guia local à sua disposição. Ruth ficou hospedada no Cairo, no hotel Semíramis de onde, emocionada, podia ver a Grande Pirâmide de Gizé. Uma sensação agradável de estar em casa tomou conta da jornalista. No dia seguinte, ela saiu com o guia para ver a cidade e fez questão de que ele a levasse até a Grande Pirâmide. Ela teve uma forte vontade de entrar no monumento. O guia concordou. Entraram da pirâmide e o guia, cumprindo o seu papel, aconselhou-a a abaixar a cabeça para poder caminhar pelo escuro corredor estreito. Neste momento, ela se torna cicerone do guia e explica a ele como se chegava à Câmara Real. O guia se admira e pergunta a ela se não estivera ali antes, e ela diz que não, mas que, entretanto, era como se conhecesse tudo ali.

Ruth acha aquilo muito estranho e, meio envergonhada e assustada consigo mesma, não sabia por que havia feito aquelas observações. Até aquele dia não dedicara um minuto de sua vida ao pensamento sobre a reencarnação e, se alguma pessoa lhe falasse que acreditava em uma vida depois desta, ela teria considerado como uma pessoa excêntrica. Por outro lado, caminhando por aqueles corredores, auxiliada apenas pela luz bruxuleante de uma vela, ela podia constatar que todas as informações que dera ao guia eram corretas. Como aquilo era possível? – perguntava Ruth a si mesma. Não havia lido nada de especial sobre as pirâmides e as fotografias que havia visto delas eram do exterior e não poderiam dar uma ideia tão nítida como aquela.

Depois deste primeiro acontecimento, Ruth Montgomery desenvolveu uma estranha relação com o Egito. Quando distante das Terras do Nilo, sentia uma espécie de saudade e de nostalgia. Nesses momentos, sentia-se atraída pelo Egito e, caso pudesse, voltaria lá a fim de se sentir, como costumava dizer, em casa. “O Nilo,” diz ela, “era tão importante e vital para mim como o rio Potomac, onde nasci e passei um quarto da minha vida”.

Ela confessa que possui uma péssima memória visual e se esquece facilmente dos rostos das pessoas que conhece, entretanto, se fosse um rosto egípcio, ela guardava com mais facilidade. Nos templos de Karnac e Luxor, as suas sensações foram tão fortes que teve dificuldade de ir embora. Queria ficar ali para sempre. O Egito parece ter sido a pátria espiritual de Ruth, embora a América seja a sua pátria atual. Como é belo ouvir-se uma experiência desta em que uma repórter americana sente-se como se fosse egípcia. Belo, porque nos aponta para a imortalidade do espírito e nos faz cidadãos não do Brasil, da França ou da Inglaterra, mas cidadãos do mundo. E mais do que isso: do Universo.

Fonte: Correio Espírita

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Brian Weiss – Especial em Espanhol

Uma entrevista completa do Dr. Brian Weiss com legendas em espanhol, sobre a sua vida e os temas que fazem parte da terapia de vidas passadas.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Música Espírita

Do Brasil pro Mundo Inteiro – Cancioneiro Espírita


A música “Do Brasil pro Mundo Inteiro”, do grupo Cancioneiro Espírita faz uma reflexão da razão de estarmos encarnados na nação que é considerada a pátria do evangelho.


domingo, 23 de junho de 2013

Recesso do Manancial


Caros leitores,

Faremos uma breve pausa de recesso em razão dos festejos do São João.
Retornaremos com as nossas atualizações normais a partir de 25.06 (terça-feira).
Desejamos a todos um São João de muita Paz!

Abraços fraternos!
Carlos Pereira

sábado, 22 de junho de 2013

Brian Weiss- Bibliografia



Many Lives, Many Masters (Muitas Vidas, Muitos Mestres) ISBN 978-85-7542-450-6
Through Time Into Healing (A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas), no Brasil;
(O Passado Cura), em Portugal ISBN 978-85-7542-266-3
Only Love Is Real (Só o Amor É Real) ISBN 978-85-7542-451-3
Messages From the Masters (Mensagens dos Mestres) ISBN 85-7542-002-X
Same Soul, Many Bodies (Muitas Vidas, Uma Só Alma) ISBN 85-7542-194-8
Mirrors of Time (Os Espelhos do Tempo) ISBN 978-85-7542-270-0
Meditating with Brian Weiss (Meditando com Brian Weiss) ISBN 978-85-7542-570-1
Sacred Steps for Wisdom (A Divina Sabedoria dos Mestres) ISBN 85-86796-25-5
Eliminating Stress, Finding Inner Peace (Eliminando o Estresse) ISBN 85-7542-243-X
Healing the Mind and Spirit Cards, ainda sem tradução para a Língua Portuguesa ISBN 978- 15-6170-948-9
Miracles Happen (Às Vezes Os Milagres Acontecem) ISBN 978-98-9687-068-3

Como entrar em contato com o Dr. Weiss e saber mais sobre suas atividades?

Através do site oficial do Dr. Weiss - www.brianweiss.com -, onde você encontrará a agenda de palestras, workshops e curso de formação profissional nos Estados Unidos e em outros países, bem como instruções para envio de e-mail;

Através de carta, fax ou telefone para:

WEISS INSTITUTE
6701 Sunset Drive, Suite 201
Miami FL 33143 Estados Unidos
Telefone: 00__1-305-661-6610
Fax 00__1-305-661-5311

Sugerimos que as cartas, fax e e-mails sejam enviados em inglês.

Como obter as fitas de relaxamento, meditação e regressão?

Lançados originalmente em quatro fitas cassete, os exercícios de relaxamento, meditação e regressão do Dr. Weiss estão hoje disponíveis apenas nos CDs que acompanham os seguintes livros:

Meditando com Brian Weiss: contém CD com os exercícios Relaxamento Profundo e Meditação para a Cura.

Os Espelhos do Tempo: contém CD com Exercícios de Regressão e Regressão através do Tempo.

Estes títulos com os CDs podem ser encontrados nas principais livrarias de todo o Brasil, ou encomendados diretamente à Editora Sextante. Para obter maiores informações, veja a seção Como Comprar em nosso site.

Para obter maiores informações sobre um dos títulos acima, consulte nosso catálogo on-line.

O Dr. Weiss escreveu os livros Meditando com Brian Weiss e Os Espelhos do Tempo com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas do público brasileiro sobre o uso destes exercícios.


Fontes: Wikipédia e Editora Sextante

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Gotas de Luz


Terapia de Vidas Passadas e Espiritismo



O tema Terapia de Vida Passada - TVP - ganhou, ultimamente, grande espaço nos meios de comunicação em geral. Como todo tema polêmico, tem gerado muitos debates e opiniões. Mas por que uma proposta terapêutica como essa pode gerar tanta polêmica? Pelo lado da ciência, o centro da questão está na utilização de uma hipótese de trabalho reencarnacionista, que a ciência ocidental continua julgando um tema religioso ou místico, que não pode ser considerado como objeto de estudo.

Para a Doutrina Espírita, apesar defender a reencarnação como processo natural na vida do ser humano, a questão está na utilização da Regressão de Memória à nossas vidas passadas. O objetivo deste artigo será o de discutir alguns dos principais pontos desta relação entre a Terapia de Vida Passada e o Espiritismo.

Para evitar os “achismos”, resolvemos fazer uma pesquisa a nível nacional, no final de 1998, em que apresentávamos para a população espírita um questionário sobre a Terapia de Vida Passada. Dos 500 que foram respondidos, identificamos algumas das principais preocupações do espírita em relação à Terapia de Vida Passada - TVP - e a Regressão de Memória:

Necessidade do esquecimento do passado;
Não poder interferir no processo de sofrimento causado por problemas no passado;
Fazer Regressão por curiosidade;

Na verdade, o que se pode observar é que a maioria das pessoas tem dúvidas se deveriam ou não utilizar a TVP como recurso, não tem uma informação correta sobre o que é a TVP, hoje.

A TVP se insere na abordagem da Psicologia Transpessoal, um ramo mais recente da Psicologia que considera o componente espiritual como uma das dimensões do ser humano, que interfere no entendimento do homem e de seus sofrimentos. Porém, na TVP consideramos a hipótese de trabalho da reencarnação como base de explicação do conteúdo obtido no processo de Regressão de Memória, isto é, julgamos que os relatos obtidos com os indivíduos em Estado Alterado de Consciência se referem às suas experiências vividas em outras encarnações.

Para a TVP, a maioria dos problemas que temos na vida atual decorrem de situações traumáticas ou bastante desequilibradas que foram vividas pelo indivíduo no passado e que deixaram marcas profundas no seu psiquismo profundo. Todas essas experiências estão registradas nesta instância Inconsciente que o Dr. Jorge Andréa (1) chama de Inconsciente do Pretérito. Algumas situações na vida atual, parecem desencadear o surgimento, na zona mais consciente do psiquismo, desses desequilíbrios, transformando-se em verdadeiras patologias. Podemos citar as fobias, a Síndrome do Pânico, distúrbios de comportamento como os sexuais ou os compulsivos, a depressão, a ansiedade, etc. como algumas que podem se beneficiar com o tratamento pela TVP.

O primeiro passo do processo está em tornar consciente esse conteúdo do passado. É nesse momento que podemos utilizar a Regressão de Memória na identificação da situação do passado geradora do sofrimento atual. Posterior e concomitantemente a essa identificação, teremos que utilizar diversas intervenções específicas para cada caso, visando dissociar a personalidade atual daqueles traumas vividos no passado. Como vimos não basta apenas lembrar o passado. Há uma necessidade de um acompanhamento terapêutico criterioso do delicado conteúdo emocional e psíquico que surge do processo de Regressão. A nossa experiência tem indicado a necessidade da TVP só ser feita por profissional da área de saúde mental que estaria habilitado ao processo de forma integral.

Como podemos ver a finalidade da TVP é terapêutica. Com isso desfaz-se uma das grandes preocupações do público espírita, em particular: a curiosidade. Na verdade o terapeuta, quando executa um trabalho sério, não considera os casos em que as pessoas procuram para saber o que foram ou fizeram de extraordinário em suas vidas passadas. Julgamos que o material que lidamos seja muito delicado para uma finalidade fútil !

Mas, a questão mais delicada do espírita parece ser a de se “levantar o véu que encobre o passado” já que seria uma “dádiva divina”. Se observarmos no contexto da Doutrina, as principais referências sobre o assunto estão em O Livro dos Espíritos na parte 2aª, cap. VII, em um item que engloba as perguntas 392 a 399, com o título: O esquecimento do passado. Nesse ponto os Espíritos alertam para os inconvenientes que a lembrança do passado teria para os indivíduos. E nós concordamos inteiramente com isso ! Vamos observar que este capítulo trata “Da Volta do Espírito à Vida Corporal”. É claro que quando voltamos ao corpo físico necessitamos do esquecimento de nossas vidas pregressas. Como, uma criança conseguiria estruturar uma nova personalidade lembrando simultaneamente de todas as suas vidas passadas? Seria impossível.

Diversas obras na literatura espírita defendem a utilização terapêutica da Terapia de Vida Passada. Dos autores encarnados, citamos o Dr. Jorge Andréa, psiquiatra e pesquisador do psiquismo profundo e da reencarnação com vasta contribuição nessa área. Mesmo entre os desencarnados, através das obras psicografadas, não há uma contraindicação à utilização da TVP nos casos em que verificamos graves problemas psíquicos, emocionais, físicos ou de comportamento. Pelo contrário. Espíritos como Joanna de Ângelis (2) e Bezerra de Menezes (3) tem ressaltado, através de algumas de suas obras, a importância deste tipo de abordagem científica na minimização do sofrimento humano. Mas é claro que a TVP não é uma panaceia capaz de resolver todos os problemas. Como toda abordagem terapêutica tem suas limitações e dificuldades que somente uma atuação séria e criteriosa poderá superar, ampliando o potencial de cura de sua aplicação.

É o sofrimento o nosso grande objetivo! Para nossa surpresa, muitos espíritas responderam afirmativamente à questão: “o sofrimento é a melhor forma de pagarmos os erros do passado”. Isso pode levar a um entendimento distorcido da finalidade da vida e do sofrimento. A Doutrina Espírita (4) deixa bem claro qual é o objetivo das encarnações sucessivas: o desenvolvimento moral e intelectual do ser. O sofrimento representa um desequilíbrio resultante de um comportamento inadequado do passado que ainda mantém características na personalidade atual. Na medida em que se resolvam as causas cessam-se os efeitos. Em O Livro dos Espíritos, questão 1004, Kardec pergunta sobre o critério de duração dos sofrimentos a que os espíritos respondem ser função da melhora do indivíduo. Na resposta fica clara a finalidade pedagógica do sofrimento, pois quando a pessoa melhora o aspecto desequilibrado o sofrimento perde o sentido, modificando-se ou extinguindo-se.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 5, temos a orientação dos espíritos de que devemos empreender todos os nossos esforços no sentido de minimizar o sofrimento dos homens. Ora se a TVP desponta como um instrumento da ciência que pode ajudar nesse processo de aprimoramento do ser humano pela dura de alguns de seus sofrimentos, por que não utilizá-la? Será que não poderíamos utilizar a TVP para ajudar uma pessoa a superar sua Síndrome do Pânico ou de uma depressão profunda por exemplo, simplesmente porque utilizaremos de suas lembranças pretéritas? Nos parece que se a TVP é uma conquista da Ciência ela está consoante aos desígnios de Deus para o progresso da Humanidade.

A ciência avança no sentido da confirmação do espírito, como origem e princípio básico da vida, e da reencarnação como mecanismo natural fundamental para o entendimento do homem e de seus sofrimentos. A TVP, aplicada de forma séria e criteriosa, demonstra ser um instrumento legítimo deste movimento. Como resultado desta aplicação o indivíduo se reconhece como ser espiritual eterno em passagem temporária de aprendizado pelo corpo. Ao verificar as consequências de seus atos passados nos seus problemas atuais pode refletir e decidir sobre quais são os valores existenciais essenciais para o seu espírito hoje e descobre a necessidade de desenvolver o Abrandamento de suas tendências negativas e a Aceitação dos problemas que enfrentamos. Ao final, perceberá a necessidade de reclamar menos e Amar mais, a si mesmo e aos outros.


Milton Menezes


Referências Bibliográficas:

(1) Palingênese, a Grande Lei - Jorge Andréa
(2) O Homem Integral - Joanna de Angelis/Divaldo Franco;
(3) Loucura e Obsessão - Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco;
(4) O Céu e o Inferno - Kardec - 1aª parte, cap. III, item 8.
(5) O Livro dos Espíritos - Kardec - Questões 392 a 399;
(6) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Kardec - Cap. 5;
(7) Terapia de Vida Passada e Espiritismo - Distâncias e Aproximações - Milton Menezes

MILTON MENEZES

Milton Menezes nasceu em Petrópolis - RJ, em 23 de outubro de 1960.
Formado em Ciências Econômicas pela UERJ.
Formado em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá.
Especialização em Terapeuta de Vida Passada pela Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada - SBTVP em Campinas - SP.
Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
Membro fundador do IBRAPE-TVP - Instituto Brasileiro de Pesquisa em TVP do Rio de Janeiro.
Pesquisa atualmente a aplicação da TVP na Síndrome do Pânico.


RESUMO:

O grande desafio da TVP é consolidar a reencarnação como hipótese científica de trabalho, introduzindo o conceito de Espírito como capaz de explicar vários aspectos na Psicologia e Medicina.


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Extra – Memórias de Vidas Passadas – O que diz a Ciência?


Reencarnação: Memórias de outras vidas


“O conceito de reencarnação está impregnado de fé e misticismo. Mas a multiplicação de relatos impressionantes de lembranças e marcas de supostas vidas passadas atrai cada vez mais o interesse da ciência”.

Por Marcos de Moura e Souza

Em uma das mais prestigiosas universidades públicas dos Estados Unidos, a Universidade de Virgínia, pesquisadores da área de saúde mental dedicam-se há décadas a desafiar os céticos. Ali são estudados, entre outros casos que ultrapassam os contornos da ciência convencional, relatos sobre reencarnação, muitos deles submetidos à checagem. Resultados conclusivos não há, mas eles são, no mínimo, intrigantes. À frente da Divisão de Estudos da Personalidade está o mais famoso pesquisador sobre o assunto, o já octogenário Ian Stevenson. Seus livros e textos em publicações científicas descrevem casos de crianças que se recordariam de vidas passadas e de pessoas com marcas de nascença que teriam sido originadas por cicatrizes de existências anteriores.

Stevenson e sua equipe avaliam casos de reencarnação da forma que consideram a mais acurada possível. Fazem entrevistas, confrontam a versão narrada com documentações, comparam descrições com fatos que só familiares da pessoa morta poderiam saber. Por tudo isso, ele se tornou um dos maiores responsáveis por ajudar a deslocar – ainda que apenas um pouco – o conceito de reencarnação do campo da fé e do misticismo para o campo da ciência.

Mas o que leva esse renomado médico, com mais de 60 anos de carreira, e tantos outros pesquisadores a encararem a reencarnação como uma hipótese válida?

Bem, são histórias como, por exemplo, a de Swarnlata Mishra, uma menina nascida em 1948 de uma rica família da Índia e que se tornou protagonista de um dos casos clássicos – digamos assim – da literatura médica sobre vidas passadas. A história é descrita em um dos livros de Stevenson, Twenty Cases Suggestive of Reincarnation (“Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”, sem versão brasileira), e se assemelha a outros registrados pelo mundo sobre lembranças reveladoras ocorridas, principalmente, na infância. Mas, ao contrário da maioria, não está relacionado a mortes violentas, confrontos ou traumas.

A história de Swarnlata é simples. Aos 3 anos de idade, viajava com seu pai quando, de repente, apontou uma estrada que levava à cidade de Katni e pediu ao motorista que seguisse por ela até onde estava o que chamou de “minha casa”. Lá, disse, poderiam tomar uma xícara de chá. Katni está localizada a mais de 160 quilômetros da cidade da menina, Pradesh. Logo em seguida, Swarnlata começou a descrever uma série de detalhes sobre sua suposta vida em Katni. Disse que lá seu nome fora Biya Pathak e que tivera dois filhos. Deu detalhes da casa e a localizou no distrito de Zhurkutia. O pai da menina passou a anotar as “memórias” da filha.

Recordações de mãe

Sete anos depois, em 1959, ao ouvir esses relatos, um pesquisador de fenômenos paranormais, o indiano Sri H. N. Banerjee, visitou Katni. Pegou as anotações do pai de Swarnlata e as usou como guia para entrevistar a família Pathak. Tudo o que a menina havia falado sobre Biya (morta em 1939) batia. Até então, nenhuma das duas famílias havia ouvido falar uma da outra.

Naquele mesmo ano, o viúvo de Biya, um de seus filhos e seu irmão mais velho viajaram para a cidade de Chhatarpur, onde Swarnlata morava. Chegaram sem avisar. E, sem revelar suas identidades ou intenções aos moradores da cidade, pediram que nove deles os acompanhassem à casa dos Mishra. Stevenson relata que, imediatamente, a menina reconheceu e pronunciou os nomes dos três visitantes. Ao “irmão”, chamou pelo apelido.

Semanas depois, seu pai a levou para Katni para a casa onde ela dizia ter vivido e morrido. Swarnlata, conta Stevenson, tratou pelo nome cada um dos presentes, parentes e amigos da família. Lembrou-se de episódios domésticos e tratou os filhos de Biya (então na faixa dos 30 anos) com a intimidade de mãe. Swarnlata tinha apenas 11 anos.

As duas famílias se aproximaram e passaram a trocar visitas – aceitando o caso como reencarnação. O próprio Stevenson testemunhou um desses encontros, em 1961. Ao contrário de muitos casos de memórias relatadas como de vidas passadas, as da menina continuaram acompanhando-a na fase adulta – quando Swarnlata já estava casada e formada em Botânica.

Assim como esse, há milhares de outros episódios intrigantes, alguns mais e outros menos verificáveis. Somente na Universidade da Virgínia há registros de mais de 2500 casos desse gênero. Acontece que, para a ciência, a ocorrência de casos isolados, ainda que numerosos, não prova nada. Os céticos atribuem essas histórias a fraudes, coincidências ou autoinduções às vezes bem intencionadas.

Mas, embora a ciência duvide da reencarnação, a humanidade convive com a crença nela faz tempo. De acordo com algumas versões, o conceito de reencarnação chegou ao Ocidente pelas mãos do matemático grego Pitágoras. Durante uma viagem que fizera ao Egito, ele teria ouvido diversas histórias e assistido a cerimônias em que espíritos afirmavam que vinham mais de uma vez à Terra, em corpos humanos ou de animais. O mesmo conceito – com variações aqui e ali – marcou religiões orientais, como o bramanismo e o hinduísmo (e, mais tarde, o budismo), e também religiões africanas e de povos indígenas, segundo Fernando Altmeier, professor de Teologia da PUC de São Paulo. Na verdade, “a reencarnação nasce quase ao mesmo tempo que a ideia religiosa tanto no Ocidente quanto no Oriente, com os egípcios, os gregos, os africanos e os indígenas”, diz Altmeier. A ideia, porém, não deixou traços – pelo menos não com a mesma força – nas três religiões surgidas de Abraão: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

No século 19, o francês Hippolyte Leon Denizard Rivail – ou Allan Kardec – e outros estudiosos dedicaram-se a um tema então em voga na Europa: os fenômenos das mesas giratórias, em que os sensitivos alegavam que espíritos se manifestavam com o mundo dos vivos. Kardec escreveu uma série de livros sobre as experiências mediúnicas que observou e, tendo como base a ideia da reencarnação, fundou a doutrina espírita. Para os espíritas, reencarnação é um ponto pacífico. Mas muitos deles preferem dar crédito a relatos embasados no cientificismo. “Dirijo a área de assistência espiritual na Federação Espírita do Estado de São Paulo, por onde passam 200 mil pessoas por mês, mas, no que diz respeito à fenomenologia, sou mais pé no chão, sou muito rigoroso”, afirma o advogado Wlademir Lisso, de 58 anos.

Terapias e evidências

Nas aulas que dá na federação sobre espiritismo e ciência, Lisso – que é autor de três livros – se baseia, sobretudo, nas pesquisas feitas por universidades estrangeiras, que considera mais confiáveis. Lisso diz que já perdeu as contas das vezes que ouviu pessoas lhe dizendo que tinham lembranças de outras vidas, algumas, talvez, por meio das chamadas terapias de vidas passadas. “Terapias, por si só, não provam nada”, diz Lisso, referindo-se a uma prática que supostamente leva a pessoa a escarafunchar memórias tão remotas quanto as de duas, três encarnações anteriores. Os espíritas não recomendam a experiência. “Até os anos 50, flashes ou outras manifestações eram considerados distúrbios mentais”, diz Lisso. Com o tempo, ganhou eco a explicação de que muitos desses sintomas poderiam ser evidências de existências passadas.

No Brasil, um dos poucos que seguiram a linha da investigação mais científica foi Hernani Guimarães Andrade, que morreu há quase dois anos. Autor de diversos livros, entre eles Reencarnações no Brasil (O Clarim, sem data), Andrade conta o caso de uma menina paulistana, identificada apenas como Simone. Nos anos 60, quando tinha então pouco mais de 1 ano, ela começou a pronunciar palavras em italiano, sem que ninguém a tivesse ensinado. Passou também a relatar lembranças que remontavam à Segunda Guerra Mundial. Seu relato era tão vívido que familiares se renderam à ideia de que fragmentos de uma encarnação passada ainda pairavam em sua mente. A avó da menina registrou, em um diário, mais de 30 palavras em italiano pronunciadas pela neta e histórias de explosões, médicos, ferimentos e morte. As recordações pararam de jorrar quando a menina tinha por volta de 3 anos.

Mas as supostas memórias de crianças como Simone e Swarnlata não são os únicos sinais que chamam a atenção dos estudiosos. Em várias universidades ao redor do mundo, os pesquisadores passaram a examinar também marcas de nascença – associadas a lembranças – como possíveis evidências de reencarnação. O mesmo Stevenson reuniu um punhado desses casos num estudo divulgado em 1992. Segundo o levantamento feito com 210 crianças que alegavam ter lembranças de outras vidas, cerca de 35% apresentavam marcas de nascimento na pele. Em 49 casos, foi possível obter um documento médico, geralmente um laudo de necropsia, das pessoas que as crianças haviam supostamente sido em outra encarnação. A correspondência entre o ferimento que causara a morte e a marca de nascença foi considerada, no mínimo, satisfatória em 43 casos (88%), segundo Stevenson.

Um exemplo citado por ele é o de uma criança da antiga Birmânia que dizia se lembrar da vida de uma tia que morrera durante uma cirurgia para corrigir um problema cardíaco congênito. Essa menina tinha uma longa linha vertical hipopigmentada no alto do abdome. A marca correspondia à incisão cirúrgica da tia. Stevenson recorre a uma frase do escritor francês Stendhal para se referir a casos de memórias e de marcas que, às vezes, podem passar despercebidos: “Originalidade e verdade são encontradas somente nos detalhes”.

Pesquisa

“Para pesquisador, há fortes indícios de que muitas crianças conseguem se lembrar de suas vidas anteriores”.

O professor Jim B. Tucker, da Divisão de Estudos da Personalidade do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, estuda e atende casos de depressão e outros distúrbios em crianças e adolescentes. Tem especial interesse por casos de crianças que alegam ter lembranças de vidas passadas. Nesta entrevista, concedida por e-mail à SUPER, Tucker fala das características mais frequentes desses relatos e de fatos que mais o impressionaram.

Quantos casos de crianças que alegam lembrar de vidas passadas o senhor já observou?

Temos mais de 2 500 casos registrados em nossos arquivos. Eu, pessoalmente, vi vários.

Quais são as principais características desses casos?

Os casos geralmente envolvem crianças pequenas que dizem se lembrar de uma vida passada. Elas podem descrever a vida de um membro falecido da família ou um amigo da família ou podem descrever a vida de um estranho num outro local. Outros fatos incluem marcas de nascença que combinam com os ferimentos no corpo da pessoa falecida e comportamentos que parecem ligados à vida anterior.

Há uma explicação para o fato de as lembranças ocorrerem principalmente durante a infância?

As crianças começam a fazer seus relatos numa idade precoce, logo que começam a falar. Isso faz sentido, porque parecem ser memórias que elas carregam consigo desde a vida anterior.

Quais tipos de evidências mais impressionaram o senhor?

Ainda acho que a mais forte evidência envolve declarações documentadas que alguma criança tenha feito e que se provaram verdadeiras em relação a uma pessoa que viveu a uma distância significativa. O Dr. Jünger Keil (pesquisador da Universidade de Tasmânia, na Austrália) investigou um caso na Turquia no qual um garoto deu muitos detalhes sobre um homem que tinha vivido a 850 quilômetros e morrido 50 anos antes de o menino ter nascido.

Como médico, o senhor considera possível explicar esses relatos de uma perspectiva científica?

Nenhum desses casos é “prova” da reencarnação, e um cético pode sempre encontrar um ponto fraco em um caso ou, como objetivo de desacreditá-lo, em qualquer estudo médico. Entretanto, como um todo, os casos mais significativos constituem um forte argumento de que algumas crianças parecem, sim, possuir memórias de vidas anteriores.


Matéria publicada na Revista Supreinterssante de maio de 2005.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brian Weiss - Entrevista


“Entrevista a Brian Weiss, o psiquiatra que defende a eficácia da terapia de regressão a vidas passadas.”

O que leva um reputado psiquiatra a arriscar o seu futuro profissional? Uma descoberta. Catherine sofria de ataques de pânico, fobias e pesadelos e era acompanhada por Brian Weiss há um ano. Sem sucesso.

O então diretor do serviço de Psiquiatria do Molné Sinai Hospital decidiu recorrer à hipnose e, graças a esta técnica, a paciente viria a conseguir recordar memórias infantis traumáticas. Mas não só: o médico conta que, quando lhe pediu para regredir até a origem da sua dor, Catherine, ao longo de várias sessões, descreveu-lhe detalhadamente vidas passadas. Os sintomas foram desaparecendo.

Este caso ocorreu há mais de 20 anos. Desde então, Brian Weiss foi criticado e aplaudido. Escreveu inúmeros livros sobre a terapia de regressão a vidas passadas, deu palestras por todo o mundo e dezenas de entrevistas, entre as quais a Oprah Winfrey. Numa das suas mais recentes visitas a Portugal, conversamos com ele.

Em 2008, Oprah Winfrey dedicou um programa ao seu trabalho, no qual o famoso Dr. Oz se submeteu a uma sessão de regressão. Como foi essa experiência?

Era suposto ser um só programa sobre fobias, mas acabaram por ser dois, porque havia muitos pacientes no estúdio. O Dr. Oz não tinha nenhuma fobia, apenas quis experimentar. Foi incrível. É um ser humano muito espiritual, assim como Oprah. Há uns anos, era mais inibida em relação a estes temas, mas tem-se tornado um modelo na divulgação de conceitos ligados à espiritualidade e de nomes como o de Eckhart Tolle.

Assume que, há cerca de duas décadas, quando escreveu o seu primeiro livro, teve receio da reação dos seus colegas. Como é que se libertou desse medo?

A certa altura, senti que era a atitude certa. Só comecei a escrever «Muitas Vidas, Muitos Mestres» três ou quatro anos depois de ter conhecido Catherine devido ao receio que tinha de que isso afetasse a minha reputação. Houve uma reação negativa por parte da comunidade médica. Alguns psiquiatras apoiaram-me, outros quiseram que a minha licença fosse revogada. Não funcionou. Tinham-se esquecido do que é a ciência na sua essência: ter uma mente aberta para podermos aprender coisas novas.

Explique-nos as diferenças e ligações entre hipnose, regressão e regressão a vidas passadas.

A hipnose é uma técnica que consiste em relaxar o corpo enquanto a mente está focada. É um estado de concentração descontraído em que a memória está mais ativa. Todos os dias somos hipnotizados: quando vemos um filme e não ouvimos a pessoa ao lado a comer pipocas; quando estamos a conduzir e a nossa mente vagueia; quando lemos um livro e não ouvimos o trânsito.

Existem ainda equívocos em torno da hipnose?

Há ideia de que podemos ficar «presos» a esse estado. Isso seria como ir ver «O Gladiador» ao cinema e ficar «preso» no tempo da Roma Antiga. Trata-se apenas de concentração e podemos sair dela em qualquer altura. Há também a noção errada que perdemos o controlo e que o terapeuta nos pode levar a fazer algo que não queremos.

Voltando à ligação entre hipnose e regressão…

Se lhe disser «feche os olhos, respire profundamente, relaxe os músculos», isso é um estado leve de hipnose. Mas posso dizer «quero que se lembre do que comeu ontem». Nesse caso, iria recordar o cheiro, o sabor, a textura de forma muito mais intensa do que se o fizesse agora, que se encontra de olhos abertos e num estado normal da consciência. Depois, podia regredir ainda mais no tempo até à sua infância. Isso é usar a hipnose para regredir no tempo. Quando falamos em regressão a vidas passadas não paramos na infância: vamos até vidas passadas.

Como funciona?

Da mesma maneira que funciona a psicoterapia tradicional: a cura acontece através da lembrança da origem do trauma. A pessoa recorda-se de um evento traumático ou não, algumas vezes com emoção (catarse), e isso tem um efeito libertador. Um psicoterapeuta freudiano diz «vamos até à sua infância descobrir de onde vem o medo que tem da água» e a pessoa lembra-se do dia em que ficou presa a uma onda e o sintoma desaparece. A técnica na terapia de regressão a vidas passadas é a mesma, excetuando que talvez na vida passada a pessoa afogou-se. Portanto, é muito semelhante à que Freud ou Jung usavam, em que as pessoas estavam deitadas num sofá, num estado leve de hipnose e depois faziam associações mentais livres.

Está estudada a sua taxa de sucesso?

Existem provas baseadas em relatos e um vasto número de terapeutas praticam-na, mas muitos jornais psiquiátricos ainda não publicam artigos científicos sobre o tema. Funciona quase como um círculo vicioso: não publicam porque dizem que não há bibliografia sobre o assunto, mas esta não existe porque não publicam e então temos de escrever livros para divulgarmos o trabalho desenvolvido. Tal como em qualquer terapia, a taxa de sucesso varia em função do problema. Nas fobias é muito elevada, mas nos casos de doença bipolar é muito mais baixa, porque está em causa uma patologia com uma componente biológica muito forte.

Em que ponto está a investigação em torno desta terapia?

Já há algumas publicações acadêmicas que se dedicam ao tema da regressão a vidas passadas, assim como há organizações de terapeutas nesta área que estão a começar a publicar o seu trabalho e cada vez mais terapeutas que se estão a associar a estas organizações.

Psiquiatras?

Psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas de saúde mental. Alguns são mais rigorosos outros mais abertos. Existe a International Association for Regression Research & Therapies (www.iarrt.org), uma organização complexa com um departamento para profissionais e outro para não profissionais.

Acredita que será possível um dia validar cientificamente a terapia de regressão a vidas passadas?

Depende do que entende por «científico». Não sei se alguma vez teremos um «teste de ADN» para isto, mas acredito que «científico» em termos clínicos, tal como se avaliam outras psicoterapias, sim.

E, por exemplo, a avaliação das reações cerebrais? Nunca a realizou durante as suas sessões?

No livro The Universe In a Single Atom, o Dalai Lama fala sobre esse tipo de pesquisa aplicado aos efeitos da meditação ao nível do funcionamento cerebral, com recurso a imagem por ressonância magnética, electroencefalograma, e sobre o fato de muitas pessoas meditarem e de isso alterar as funções fisiológicas. Mas ao nível da regressão a vidas passadas é um pouco mais complicado.

Por quê?

Se durante a meditação a mente está «quieta», durante a regressão todos os sistemas – visual, auditivo, olfativo – estão ativo, o cérebro está em polvorosa. Portanto, os exames irão apenas mostrar um cérebro ativo e revelar onde a atividade está a acontecer, mas isso não será suficientemente específico para se poder dizer que é uma vida passada. Se me lembrar de um piquenique que vivi aos cinco anos o tipo de atividade cerebral é idêntico.

É uma terapia segura?

É, se for realizada por um bom terapeuta que deve ser escolhido tal como selecionamos outros especialistas (pedindo referências a pessoas que conhecemos, a outros especialistas, verificando as credenciais). O terapeuta consegue controlar o nível de emoções. A pessoa pode flutuar e visualizar de cima ou à distância, como se estivesse a assistir a um filme, ou então aproximar-se.

Em média, quantas sessões terapêuticas são necessárias?

Depende do sintoma. Se for uma simples fobia bastam uma a três sessões. Mas também depende do paciente: há pessoas que entram num estado profundo de concentração imediatamente e há outras que precisam de algumas sessões para ganhar confiança, para se libertarem do hemisfério esquerdo do cérebro, da sua necessidade de controlo.

Nota diferenças entre homens e mulheres, na forma como reagem à terapia?

Apenas uma: 75 por cento das pessoas que entram no meu consultório são mulheres. Têm uma mente mais aberta a temas como espiritualidade, estão familiarizadas com a intuição. Sabem muito mais sobre emoções, vivenciam os laços de forma intensa.

Ainda prescreve medicamentos aos seus pacientes?

Sim. Teillard de Chardin dizia que «não somos seres humanos a viver uma experiência espiritual, somos seres espirituais a viver uma experiência humana». Eu acredito nisso e, portanto, aqui estamos nós em corpos físicos que, por vezes, precisam de fármacos. Muitas depressões têm uma raiz biológica. Se a pessoa se sente tão deprimida que não consegue reagir, dormir ou concentrar-se não vai ser bem sucedida ao fazer a regressão. Mas se eu prescrever um antidepressivo, irá concentrar-se e sentir-se melhor e aí poderemos combinar a terapia da regressão e o fármaco, em doses e períodos menores. É a chamada medicina complementar. Os resultados são mais positivos.

Os estudos revelam uma relação entre a mente, o corpo e o espírito?

A pesquisa demonstra uma forte ligação entre a mente e o corpo. É a chamada mind-body connection ou psiconeuroimunologia. Sabemos que, por exemplo, o medo, o stress e a ansiedade conseguem deprimir as funções do sistema imunitário, assim como o fato de nos libertarmos deles o ajuda a combater doenças como o cancro ou infecções. O espírito é a ligação ao imortal. Pessoas que meditam, praticam ioga podem lá chegar, assim como através da oração, da contemplação, até do amor. A parte espiritual é um estado de compaixão que se aplica a toda a humanidade, não implica necessariamente uma relação pessoal.

Refere-se à noção de se pertencer a algo maior do que nós?

Sem dúvida. Acredito que existe uma energia que une todas as pessoas, animais, plantas. É uma energia comum e todos somos compostos por ela.

António Damásio, neurocientista, diz que «a emoção e os sentimentos constituem a base daquilo que os seres humanos têm descrito, desde há milênios, como alma ou espírito humano». Concorda?

Essa afirmação pode ser interpretada de várias formas. No livro, «O dia em que a minha vida mudou», a neurocientista Jill Bolte Taylor descreve o episódio em que teve um AVC no hemisfério esquerdo do cérebro (a área das associações de palavras). Estava a viver uma experiência espiritual fantástica enquanto não conseguia comunicar. Ela refere-se ao hemisfério direito como a sede da intuição, da criatividade e das emoções e penso que o que acontece, à maioria de nós, é que o funcionamento do hemisfério esquerdo bloqueia algumas funções do hemisfério direito. É através deste que comunicamos com a intuição, com o nosso lado espiritual, com a alma.

Como a descreve?

É a parte imortal do ser. A nossa consciência continua. Se reside no cérebro ou não isso não interessa, mas penso que essa ligação é feita através do hemisfério direito, tal como Jill Bolte Taylor descreve. Duvido que as emoções sejam o mesmo que a alma. A alma é um estado de amor incondicional…

E, assim sendo, as emoções seriam as manifestações da alma operadas pelo cérebro?

Apenas se se exprimem através de bondade, compaixão. Se estivermos a falar de raiva ou medo não estamos a falar de alma, mas de obstruções à alma. Quando nos conseguimos libertar das emoções negativas, debaixo delas encontra-se a alma. É um estado que está para além das emoções, é muito maior do que elas.


Fonte: Entrevista concedida a Resvita SaberViver.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Meditando com Brian Weiss - Meditação para Cura



Sinopse do Livro

Por meio da meditação, vivenciamos uma beleza interior que nos faz repensar tudo o que nos rodeia e a nós mesmos. Que nos faz confiar na capacidade – que de fato possuímos – de utilizar e direcionar nossas energias para a purificação de nossos corpos e mentes, para a descoberta e o desenvolvimento de nossa espiritualidade.

É fácil fazer as meditações contidas nesta obra. Escolha um lugar tranquilo, onde não haja interrupção, e procure deixar sua mente livre de preconceitos e aberta a todas as possibilidades. Se seguir estas instruções, você sentirá uma grande paz e relaxamento."

O CD que acompanha este livro contém duas meditações:

1. Relaxamento profundo (27 minutos) – Para livrar-se do estresse e das tensões do cotidiano, promovendo a harmonia e a paz interior.
2. Meditação para a cura (28 minutos) – Para restabelecer o equilíbrio físico e emocional por meio da visualização de uma luz que envolve todos os órgãos do corpo.


Baixe aqui o áudio para de “Meditação para Cura”, do Dr. Brian Weiss. Uma meditação direcionada para tratamento e cura de problemas físicos e espirituais.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Poder do Pensamento


A Importância dos bons Pensamentos



“Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável.”

"A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem consequências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos.” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).

É certo que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que culminam em boas sensações.

Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias àquelas. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca sensações desagradáveis.

Assim, em torno, por exemplo, de uma pessoa, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia conforme seu campo vibratório, e consequentemente segundo a natureza moral dos Espíritos que se atraem por estas energias. Isto pode ser ampliado para uma cidade, estado, país e para todo o planeta Terra.

À atmosfera fluídica, associam-se Espíritos com tendências morais e vibratórias semelhantes. Desta forma, os Espíritos superiores recomendam que a conduta dos seres humanos, nas relações com tudo na vida, seja a mais harmoniosa possível. Despir-nos de sentimentos que não nos eleva moralmente.

Alguém que vive, por exemplo, entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos, tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, atraindo Espíritos com os mesmos pensamentos.

É sempre importante lembrar, que estas situações podem ser modificadas a qualquer momento. Depende apenas da nossa força de vontade de viver. Bem viver, sempre sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.

“Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867).


domingo, 16 de junho de 2013

Contemplação e Meditação


"Todos os dias torno-me no que sou." A citação é de Robert Thurman, o eminente erudito budista da Universidade de Colúmbia, e para mim é um pensamento revigorante.

Adoro o conceito de processo e fluxo que ele implica.

Todos os dias somos novos. Os nossos pensamentos, as nossas intenções e ações, a nossa consciência e percepções estão em constante evolução e com cada mudança emerge um nós diferente. Não somos a mesma pessoa que éramos há cinco anos nem mesmo há cinco minutos. E nem o são os nossos entes queridos, os nossos amigos ou os nossos conhecidos. Um dos resultados é que muitas vezes reagimos à pessoa antiga - e ela reage a nós - como a conhecíamos outrora, por isso, por exemplo, o rufia do liceu continua a ser um rufia para nós quando o voltamos a ver, mesmo que ele possa ter encontrado paz espiritual e seja um homem com um comportamento mais pacífico. Portanto a evolução não serve de muito se não estivermos conscientes dela.

Como podemos amadurecer se não virmos o processo em funcionamento? Como podemos aprender com a vida se não pararmos para a vivermos? Como podemos incorporar tudo o que nos aconteceu física e psicologicamente se não dermos tempo ao corpo e à mente para o ingerir? Como podemos mudar à medida que os nossos amigos e entes queridos mudam?

A maneira de acedermos a nós próprios e aos outros é através da contemplação espiritual relaxada e da meditação, e a altura de começar é no presente. Há uma diferença entre contemplação e meditação, embora estejam relacionadas. A contemplação significa concentrar-se num assunto ou objeto específico - a ideia da bondade caridosa, por exemplo, ou a beleza de uma borboleta. A meditação requer que se mantenha a mente completamente vazia, num estado de atenção ou alerta, livre para aceitar todos os sentimentos, ideias, imagens ou visões que entrem, e deixando a associação fluir para todos os aspectos do objeto ou pensamento - para compreender a sua forma, aspecto, cor, essência. É a arte de observar sem pensamento, sem comentário mental.

É muito mais fácil para a mente ocidental praticar a contemplação. Estamos habituados a concentrar o cérebro num dado assunto, a pensar nele e a analisá-lo. A meditação é um conceito mais oriental, difícil de apreender e requerendo muita prática.

Demora meses ou anos até se conseguir meditar com toda a mente, e pode-se não se ser capaz de a dominar completamente numa única vida. Isso não quer dizer, contudo, que não deva tentar meditar agora. (Lembre-se: Nesta vida, como em todas as outras, você está a progredir conscientemente em direção à imortalidade.) A própria tentativa traz as suas recompensas profundas, e em breve irá dar consigo a ansiar pelo tempo de isolamento que a meditação requer.

Você pode querer começar pela contemplação, e o objeto em que tem de concentrar-se é em si mesmo. Para descobrir quem é agora, pense em si neste momento. Deixe todos os pensamentos que tenha sobre si mesmo, bons ou maus, entrarem na sua consciência. Que imagens e pensamentos negativos ou preconceituosos descartaria como já não sendo exatos ou válidos? Que impressões e sentimentos positivos e autocurativos acrescentaria agora? Que experiências de vida o moldaram mais profundamente?

Quando tiver outra vida, o que é que imagina que irá mudar em relação a esta? A ideia não é "gostar" de si próprio, nem, na verdade, avaliar-se. Você está a tentar ver o que está realmente lá por baixo da camuflagem da pessoa que mostra ao mundo.

Considere as pessoas significativas da sua vida. As suas imagens delas estão desatualizadas? A sua própria experiência ensinou-o a olhar para elas de maneira diferente?

Como é que elas mudaram enquanto você próprio mudou? Como é que estas mudanças o vão levar a modificar a sua relação com elas de uma forma mais positiva, compreensiva e carinhosa? Como é que elas irão facilitar mais mudanças?

Nós somos todos obras em curso, movimentando-nos a velocidades diferentes ao longo dos nossos caminhos espirituais. Mas todos os dias devíamos fazer uma pausa para envolver a mente criativa nos conceitos fulcrais que podem moldar-nos enquanto humanos desejosos de ascender em direção ao Uno: amor, alegria, paz e Deus.

A contemplação e a meditação não são fáceis, porque, quanto mais longe for interiormente, mais profundamente sentido será o seu entendimento, e ir fundo requer cavar através de camadas de defesas. Estamos tão disciplinados no sentido de pensar e analisar que as tentativas para limpar ou esvaziar a mente desafiam a nossa formação.

Todavia, a análise é contrária à contemplação e à meditação, e nós temos de largá-la quando começamos a explorar. Não é suficiente dizer a si mesmo: "Estou a livrar a minha mente de todas as coisas exceto da noção de bondade caridosa" ou, indo mais longe, "Estou a livrar a minha mente de todos os pensamentos e estou consciente de nada e de tudo ao mesmo tempo". Em ambos os casos, vai dar consigo distraído pelo mundo exterior. Pode ser capaz de pensar sobre a bondade caridosa por momentos, mas aposto que em breve irá lembrar-se de uma época em que não foi bom ou em que alguém não foi bom consigo, e daí pode vir o pensamento: "Meu Deus! Hoje a minha mãe faz anos e eu esqueci-me de lhe telefonar", ou outra qualquer ideia que o sacuda de volta para os assuntos do dia-a-dia. E se tentar limpar completamente a sua mente, quase de certeza que vai dar por ela a encher-se de distrações mundanas: uma comichão no nariz, ou uma mosca no seu quarto, ou a sensação de que se ficar sentado muito mais tempo vai perder a reposição do Seinfeld.

Esta discussão é principalmente sobre meditação, mas muito do que se segue é também aplicável à contemplação.

A meditação acalma o ruído que normalmente enche as nossas mentes, e a calma resultante permite-nos observar sem julgar, atingir um nível mais elevado de distanciamento e, eventualmente, tornarmo-nos cientes de um estado mais elevado de consciência.

Um exercício simples pode mostrar como é difícil manter a sua mente desprovida de pensamentos, sentimentos, listas de coisas para fazer, desconfortos físicos, preocupações do dia-a-dia, preocupações domésticas ou profissionais.


Brian Weiss

Do livro “Muitos Corpos, Uma só Alma”, de Brian Weiss.
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